A temporada de resultados do primeiro trimestre de 2025 (1T25) ganha destaque com análises divergentes entre setores. Enquanto commodities, especialmente petróleo e gás, devem apresentar crescimento robusto em lucro por ação (LPA), impulsionadas pelo cenário internacional, empresas domésticas enfrentam pressões devido às altas taxas de juros e desaceleração econômica. Bancos como Safra e Morgan Stanley projetam resultados estáveis, porém com menor crescimento na carteira de crédito, enquanto setores como construção civil e shoppings podem surpreender positivamente, beneficiados por dinâmicas de demanda resiliente e ajustes operacionais.
Setores como varejo de luxo e distribuidores de combustíveis também são apontados como destaques, com expectativa de melhora nas margens. Por outro lado, indústrias e empresas de saúde devem enfrentar desafios, como custos elevados e sazonalidade. O Bradesco BBI destaca que, apesar da revisão para baixo no crescimento do PIB brasileiro em 2025 (de 1,9% para 1,8%), o mercado ainda espera lucros crescentes para 70% das empresas do MSCI Brasil, com possíveis surpresas positivas no petróleo e gás.
No geral, a temporada de balanços do 1T25 reflete um cenário de contrastes: commodities lideram o desempenho em dólar, enquanto ciclos domésticos sofrem com juros altos e inflação. Analistas alertam para a necessidade de monitorar os efeitos cambiais e a evolução do crédito, que podem definir os rumos do mercado no restante do ano. Com projeções de crescimento moderado para 2025 e recuperação mais acentuada em 2026, os investidores devem focar em setores com resiliência operacional e margens protegidas.