A síndrome do boreout, caracterizada pelo tédio extremo no ambiente de trabalho, tem se tornado um problema crescente, afetando sete em cada dez brasileiros, segundo a consultoria Gallup. Diferente do burnout, que surge pelo excesso de demandas, o boreout está ligado à desmotivação, tarefas repetitivas e falta de desafios, levando a desengajamento, queda de produtividade e impactos na saúde mental. Especialistas destacam que a condição, cunhada em 2007, está associada a funções monótonas, ausência de reconhecimento e poucas oportunidades de crescimento, fatores que contribuem para a desconexão dos colaboradores com suas atividades.
Os reflexos do boreout incluem baixa eficácia profissional, estresse diário e até a “demissão silenciosa”, quando o funcionário se limita a cumprir o mínimo exigido. Relatórios globais apontam que 25% dos profissionais brasileiros se sentem tristes no trabalho, enquanto 46% experimentam estresse cotidianamente. Líderes e empresas são incentivados a promover culturas de inovação, colaboração e desenvolvimento, com estratégias como mentoria, rotatividade de tarefas e incentivo à experimentação, visando reverter o cenário e aumentar o engajamento das equipes.
Para combater o boreout, os colaboradores também devem buscar ativamente motivação, como discutir metas com gestores, participar de treinamentos ou explorar novas experiências profissionais. A crise de desengajamento exige ações conjuntas: enquanto as organizações precisam criar ambientes estimulantes, os funcionários devem refletir sobre seus propósitos e alinhar expectativas. O equilíbrio entre desafios e suporte é essencial para evitar os efeitos negativos do tédio no trabalho, que vão desde a estagnação individual até prejuízos organizacionais.