As taxas dos contratos de DI (Depósito Interfinanceiro) registraram alta nesta terça-feira, acompanhando a valorização do dólar frente ao real e o aumento dos rendimentos dos Treasuries de longo prazo nos EUA. O movimento ocorreu após a confirmação de novas tarifas americanas sobre produtos chineses, intensificando as tensões comerciais entre as duas economias. Entre os prazos mais curtos, o DI para janeiro de 2026 fechou em 14,745%, enquanto os contratos de longo prazo, como o de 2031, atingiram 14,55%, refletindo a incerteza do mercado.
A escalada tarifária ganhou força na semana passada, quando os EUA anunciaram impostos de 34% sobre importações chinesas, seguidos por retaliação imediata da China. A decisão do governo americano de elevar as tarifas para 104% a partir de quarta-feira ampliou a volatilidade, pressionando moedas de países exportadores de commodities, como o real, e elevando as taxas de juros futuras no Brasil. Investidores destacaram o clima de estresse no mercado, com agentes migrando para ativos mais seguros, como o dólar e os Treasuries, que voltaram a superar 4,20%.
Enquanto isso, as expectativas para a decisão do Copom sobre a Selic permanecem divididas. Dados do mercado de opções indicam probabilidade de 58% para um aumento de 50 pontos-base em maio, embora haja incertezas sobre os rumos da política monetária. No exterior, os Treasuries de dez anos subiram para 4,245%, sinalizando cautela global diante do cenário econômico turbulento. O ambiente de tensão comercial continua a influenciar as decisões de investidores e as projeções para as taxas de juros no Brasil.