A política tarifária do governo dos Estados Unidos tende a exercer pressão deflacionária sobre a China, segundo análise do ING. Com as alíquotas sobre produtos chineses podendo chegar a 54%, o cenário aproxima-se do pior caso previsto durante a campanha eleitoral norte-americana. O excesso de mercadorias que deixarão de ser exportadas para os EUA pode ser redirecionado para outros mercados ou absorvido pela demanda interna, agravando a deflação já em curso no país.
O relatório destaca que as barreiras comerciais devem intensificar os problemas de sobrecapacidade na China, pressionando ainda mais a economia. Diante disso, o Banco Popular da China (PBoC) pode ser levado a flexibilizar sua política monetária pela primeira vez neste ano, buscando mitigar os impactos no crescimento. A medida seria uma resposta às pressões deflacionárias e aos riscos econômicos decorrentes das tarifas.
Além disso, o ING alerta que a escalada tarifária dos EUA pode provocar uma reação mais contundente por parte da China, aumentando as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo. O cenário sugere um aprofundamento do conflito, com possíveis desdobramentos para os mercados globais.