As tarifas de importação de 25% impostas pelos Estados Unidos ao setor automotivo, sob a política de Donald Trump, devem impactar a cadeia global do setor e afetar investimentos no Brasil. Embora o país não seja um grande exportador de veículos para os EUA, a expectativa é que as montadoras realoquem recursos para o mercado norte-americano, o que pode levar a revisões nos projetos anunciados para o Brasil. Além disso, o país enfrentará maior concorrência de importados, especialmente do México, que tem custos menores e acordo de livre-comércio com o Brasil.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) alerta que o setor de autopeças também será afetado, devido à importância dos EUA no comércio exterior. Caso haja um desequilíbrio nas trocas comerciais, com aumento excessivo de importações, o Brasil pode precisar elevar tarifas ou adotar cotas para proteger a indústria local. O presidente da entidade destacou a importância da diplomacia brasileira em negociar soluções que não prejudiquem os investimentos no país.
Nos EUA, as tarifas devem reduzir o mercado em 1 milhão de veículos no curto prazo, com aumento de preços e possível queda no emprego e na produção. A medida também pode atrasar a transição para veículos eletrificados, além de deslocar investimentos para os EUA, criando capacidade ociosa em outros países produtores, como o México. Na América Latina, a concorrência de produtos mexicanos—tanto veículos quanto peças—deve se intensificar, pressionando ainda mais o mercado regional.