As tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos representam um duro golpe na ordem econômica global estabelecida, comparável ao impacto do Brexit. Assim como os defensores da saída do Reino Unido da União Europeia enxergavam o movimento como um ato de libertação, a medida americana carrega um simbolismo semelhante, mas seu efeito final ainda é incerto. Economistas destacam que, embora a retirada dos EUA do centro do comércio mundial cause turbulência, o sistema pode se adaptar, mesmo sem a participação ativa de seu principal ator.
A ascensão do livre comércio, segundo especialistas, pode ser irreversível devido aos seus benefícios amplamente reconhecidos. Otimistas apontam que, assim como a UE não colapsou após o Brexit, o comércio global pode encontrar alternativas para se manter funcional. No entanto, anos de instabilidade são esperados, assim como ocorreu com o Reino Unido, que agora busca reaproximação com seus vizinhos europeus após um período conturbado.
Embora as ações americanas representem um recuo no livre comércio irrestrito, especialistas acreditam que outros países podem intensificar acordos bilaterais ou multilaterais para compensar a ausência dos EUA. O momento pode marcar uma virada no papel central dos Estados Unidos no sistema global, mas não necessariamente no pensamento mundial sobre a importância do comércio sem barreiras. O cenário, portanto, é de incerteza, mas também de possíveis adaptações que mantenham a integração econômica em movimento.