As novas tarifas impostas pelo governo dos EUA sobre importações chinesas, que em alguns casos ultrapassam 100%, estão causando pânico entre empresários americanos dependentes da produção na China. Rick Woldenberg, CEO de uma fabricante de brinquedos educativos, viu sua previsão de custos saltar de US$ 2,3 milhões para US$ 100 milhões em 2025, descrevendo a situação como “o fim dos dias”. Setores inteiros, como brinquedos, móveis e artigos de festa, enfrentam aumentos de preços e rupturas nas cadeias de suprimentos, ameaçando décadas de dependência de produtos chineses acessíveis.
A escalada tarifária, motivada por tensões comerciais entre EUA e China, já reflete no bolso do consumidor, com expectativas de inflação em alta e crescimento econômico mais lento. Empresas como a MGA Entertainment, fabricante das bonecas L.O.L., preveem aumentos de até 150% nos preços, enquanto outras, como a The Edge Desk, cancelam planos de produção na China em busca de alternativas. A incerteza sobre as próximas medidas do governo americano paralisa investimentos e dificulta o planejamento a longo prazo.
Apesar do discurso oficial de incentivo à relocalização da produção nos EUA, empresários destacam a inviabilidade prática da medida. Woldenberg afirma que não há infraestrutura ou mão de obra qualificada disponível para substituir a capacidade produtiva chinesa da noite para o dia. Com milhares de moldes e ferramentas presos na China, muitas empresas correm o risco de perder não apenas sua base de fornecedores, mas também seus investimentos, em um cenário que pode redefinir o comércio global.