O governo federal anunciou a suspensão de todos os descontos mensais feitos por entidades, como associações e sindicatos, nos pagamentos de beneficiários do INSS. A medida, que já valerá para os contracheques de maio, visa interromper repasses irregulares e garantir o ressarcimento integral dos valores descontados indevidamente. Segundo autoridades, eventuais parcelas já lançadas serão retidas e devolvidas aos aposentados no mês seguinte, sem necessidade de correr às agências para evitar novos prejuízos.
Investigações revelam que, desde 2019, cerca de R$ 6,3 bilhões foram descontados de aposentadorias, mas ainda não está claro quanto disso foi fraudulento. Dos 40 milhões de beneficiários do INSS, 15% têm algum tipo de desconto vinculado a entidades, e o governo busca identificar quantos não autorizaram as cobranças. A CGU destacou que a suspensão temporária permitirá reorganizar o sistema, garantindo que futuros descontos só ocorram com consentimento explícito dos segurados.
A operação que expôs as irregularidades resultou na queda do então presidente do INSS e em mandados de busca e apreensão em vários estados. As autoridades investigam pelo menos 11 entidades suspeitas de realizar descontos indevidos, com desvios estimados em até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Enquanto o substituto no cargo não é anunciado, o foco é proteger os aposentados e assegurar que recebam seus benefícios sem cortes ilegais.