O governo federal anunciou a suspensão de todos os descontos mensais feitos por associações e sindicatos nos pagamentos de aposentados e pensionistas do INSS, com efeito imediato a partir dos contracheques de maio. A medida, que visa coibir fraudes, também inclui um plano para devolver os valores cobrados indevidamente, embora o formato ainda dependa de apurações sobre o tamanho do prejuízo. Autoridades destacaram que os beneficiários não precisam se deslocar às agências, pois eventuais parcelas já lançadas serão bloqueadas e ressarcidas no mês seguinte.
As investigações revelaram que descontos irregulares podem ter atingido até R$ 6,3 bilhões desde 2019, afetando parte dos 6 milhões de aposentados que repassam valores a entidades. No entanto, ainda não se sabe quantos foram vítimas de cobranças não autorizadas. O governo enfatizou a necessidade de reorganizar o sistema, suspendendo todos os acordos técnicos até que as regras sejam reavaliadas e as entidades, fiscalizadas.
A operação que expôs as irregularidades resultou na queda do então presidente do INSS e em buscas e prisões em vários estados. Embora o substituto ainda não tenha sido nomeado, a CGU afirmou que o foco é garantir a integridade dos benefícios, assegurando que futuros descontos só ocorram com consentimento explícito dos aposentados. O caso segue em apuração, com estimativas indicando que os valores bloqueados até agora chegam a R$ 2 bilhões.