O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello após rejeitar um recurso da defesa que buscava adiar o cumprimento da pena. Condenado a 8 anos e 10 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato, o ex-mandatário terá de cumprir regime fechado imediatamente, além de pagar multa. A defesa afirmou que ele se entregará à Justiça, mas criticou a decisão por ignorar questões como a prescrição e o cabimento de recursos, que seriam analisados pelo plenário do STF em sessão extraordinária marcada para o dia seguinte.
A decisão de Moraes também inclui a realização de exames médicos para início da contagem da pena e a cobrança solidária de R$ 20 milhões em danos morais coletivos, junto a outros dois condenados no caso. O ex-presidente foi acusado de receber propinas no valor de R$ 20 milhões em troca de favorecimento em contratos públicos. A Polícia Federal informou que a ordem seria cumprida na manhã seguinte, mas o réu poderia antecipar a entrega voluntária.
Collor é o terceiro ex-presidente preso desde a redemocratização, seguindo os casos de Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer, também investigados na Lava Jato. A defesa reiterou que recorrerá da decisão, alegando que o plenário do STF ainda deveria analisar questões processuais. O caso será submetido ao referendo dos demais ministros em sessão virtual no mesmo dia, mas a prisão permanece válida até nova deliberação.