O Supremo Tribunal Federal (STF) prepara-se para julgar, a partir do fim de abril, mais 25 investigados em três grupos distintos, acusados de participação na tentativa de golpe de Estado em 2022. As ações penais seguem a decisão anterior que tornou réus nove integrantes do chamado “núcleo crucial”, incluindo o ex-presidente. Os novos julgamentos serão divididos por frentes de atuação, conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta sabotagem à democracia.
Os processos estão agendados para três datas: em abril, o “Núcleo 2” será julgado por supostamente usar a máquina pública para dificultar o voto em redutos específicos; em maio, o “Núcleo 4” enfrentará acusações de disseminar desinformação contra o sistema eleitoral; e, no mesmo mês, o “Núcleo 3” responderá por ações coercitivas, incluindo pressão por medidas que poderiam levar à ruptura institucional. Uma quinta denúncia, envolvendo apenas um acusado, ainda aguarda notificação.
A estratégia da PGR de dividir as denúncias em núcleos foi validada pelo STF, que argumentou diferenças específicas em cada caso. Os julgamentos devem esclarecer como setores do governo, forças de segurança e sociedade civil teriam se articulado para tentar impedir a transição de poder após as eleições de 2022, mantendo um tom institucional e evitando exposição desnecessária de indivíduos.