O governo dos Estados Unidos enfrenta um dos seus maiores revés jurídicos após a Suprema Corte ordenar a reintegração de um imigrante salvadorenho deportado ilegalmente. Kilmar Armando Abrego Garcia, residente legal no país, foi enviado a El Salvador, apesar de correr risco de tortura, em um erro reconhecido pelas autoridades. A juíza federal Paula Xinis criticou a inação do governo em cumprir a decisão judicial, destacando que o processo de deportação foi ilegal desde o início e exigindo soluções imediatas.
O caso exacerbou as tensões entre o Poder Judiciário e a administração atual, que insiste na falta de competência da Justiça para interferir em questões de imigração. Advogados do governo argumentaram que as relações exteriores não podem ser submetidas a prazos judiciais, enquanto a defesa do imigrante acusou o Estado de atrasos deliberados, colocando uma vida em risco. A deportação, realizada após a suspensão de uma lei do século 18, foi classificada por juízes como um “ato de sequestro”.
Enquanto a família de Garcia vive um “pesadelo”, aguardando seu retorno, o governo continua a ampliar medidas restritivas contra migrantes, incluindo a marcação de milhares como “mortos” em bancos de dados oficiais. O caso reflete a polarização em torno das políticas de imigração, com vitórias e derrotas judiciais para ambos os lados, sem perspectiva de resolução rápida.