A Suprema Corte dos Estados Unidos suspendeu temporariamente a deportação de venezuelanos para prisões em El Salvador, determinando que o governo não pode removê-los até uma análise definitiva do caso. A decisão, com dois votos contrários entre os nove magistrados, impede a aplicação da Lei de Inimigos Estrangeiros, invocada em março para deportar 238 imigrantes sem direito a apelação. Familiares e o governo da Venezuela negam as acusações de vínculos com grupos criminosos, enquanto organizações de direitos humanos alegam violações processuais.
O governo dos EUA havia recebido autorização para usar a lei desde que os imigrantes pudessem contestar a deportação, mas entidades afirmam que o processo não foi respeitado. A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) denunciou que deportações ilegais continuavam, com pelo menos 137 venezuelanos enviados a El Salvador sem garantias legais. A organização também questionou os critérios usados para associar os deportados a grupos criminosos, como tatuagens e gestos, considerados métodos não confiáveis por especialistas.
Enquanto isso, El Salvador, que recebe prisioneiros em troca de apoio financeiro e de inteligência, enfrenta críticas por condições prisionais brutais no Cecot, incluindo tortura e negação de direitos básicos. A ACLU alertou que os deportados enfrentam riscos graves, como espancamentos e confissões forçadas. O caso expõe tensões entre políticas migratórias e direitos humanos, com a Corte aguardando decisão final sobre a legalidade das deportações.