A Suprema Corte dos Estados Unidos suspendeu temporariamente a deportação de venezuelanos para prisões em El Salvador, determinando que o governo não pode aplicar a Lei de Inimigos Estrangeiros até uma análise definitiva do caso. A decisão, com dois votos contrários entre os nove magistrados, proíbe a remoção dos imigrantes sem garantias legais. Organizações de direitos humanos alegam que deportações anteriores ocorreram sem devido processo, deixando dúvidas sobre a real vinculação dos deportados a grupos criminosos.
O governo norte-americano havia justificado as deportações sob acusação de envolvimento com uma organização criminosa, mas familiares e defensores dos imigrantes negam as alegações. A União Americana pelas Liberdades Civis (Aclu) destacou que pelo menos 137 venezuelanos foram enviados a El Salvador sem chance de contestação, enfrentando condições prisionais brutais, incluindo tortura. Especialistas também questionam os critérios usados para associar os deportados ao grupo, como tatuagens e gestos, considerados métodos pouco confiáveis.
Enquanto isso, El Salvador, que recebe os deportados em troca de apoio financeiro e de inteligência, é alvo de denúncias por violações sistemáticas de direitos humanos em suas prisões. O Cecot, maior presídio da América Latina, é acusado de práticas como tortura e julgamentos em massa. A decisão da Suprema Corte representa um freio às deportações, mas o caso ainda aguarda um veredito final, deixando em suspenso o destino dos imigrantes.