A Suprema Corte dos Estados Unidos suspendeu temporariamente a deportação de imigrantes venezuelanos sob a Lei de Inimigos Estrangeiros, uma legislação historicamente aplicada em conflitos bélicos. A decisão, divulgada na madrugada deste sábado (19), reverte uma autorização concedida no dia 7, que permitia ao governo utilizar a lei para remoções, desde que com revisão judicial e notificação prévia aos detidos. A medida ocorre após críticas de que a aplicação da lei ultrapassava os poderes presidenciais, já que o país não está em guerra ou sob invasão.
O caso ganhou destaque após a deportação de 238 venezuelanos para El Salvador, mesmo após uma ordem judicial que suspendia as remoções. Autoridades alegaram que os voos já haviam decolado quando a decisão foi formalizada, enquanto defensores dos imigrantes argumentaram que a ação violou direitos básicos. Um tribunal de apelações manteve a suspensão, com uma juíza comparando o tratamento dado aos venezuelanos ao de prisioneiros de guerra na Segunda Guerra Mundial.
Enquanto isso, familiares e advogados dos deportados negam ligações com atividades criminosas, citando casos como o de um treinador de futebol erroneamente associado a uma gangue devido a uma tatuagem. O impasse judicial continua, com a Justiça Federal avaliando se o governo descumpriu a ordem inicial. O caso reflete tensões mais amplas sobre imigração e poder executivo, sem previsão de quando a questão será resolvida definitivamente.