O Grupo St Marche protocolou um pedido de homologação para sua reestruturação extrajudicial, negociada com seu principal credor financeiro, referente a passivos de aproximadamente R$ 528 milhões. O documento, apresentado em um tribunal de São Paulo, argumenta que o plano é a alternativa mais viável para reorganizar as dívidas sem prejudicar outros credores, funcionários e fornecedores. A proposta já foi aprovada por um credor que detém mais da metade dos créditos envolvidos, mas a empresa não comentou o caso quando questionada pela Bloomberg.
Em fevereiro, a rede de supermercados havia solicitado à Justiça a suspensão temporária do pagamento de dívidas e proteção contra cobranças, visando evitar uma recuperação judicial. Na ocasião, a empresa afirmou que a medida buscava garantir uma negociação ordenada com os credores. O St Marche também mencionou que tentou abrir capital em 2021 para financiar seu crescimento, mas o plano foi interrompido devido a mudanças macroeconômicas e ao impacto do escândalo contábil que afetou o setor.
Fundada em 2002 e voltada para o público de alta renda, a St Marche possui cerca de 30 lojas em São Paulo e é controlada por um fundo de private equity associado a um bilionário francês. A empresa enfrenta desafios financeiros em meio a um cenário de redução de crédito no setor, agravado por eventos recentes. O processo de reestruturação busca estabilizar suas operações enquanto negocia com os credores.