A superintendência-geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) recomendou a condenação de seis instituições financeiras por participação em um cartel que manipulava taxas de câmbio offshore. Entre os bancos citados estão instituições de grande porte, como Credit Suisse, Bank of America e Standard Chartered Bank. As investigações revelaram que os envolvidos coordenavam ações por meio de chats eletrônicos, como uma sala chamada “Butter the Comedian”, onde trocavam informações sensíveis e alinhavam estratégias para obter vantagens no mercado.
O caso, instaurado em 2015, identificou práticas anticompetitivas no mercado de câmbio à vista, com impacto direto no Brasil, especialmente em operações envolvendo o real. Segundo o Cade, houve manipulação de índices de referência, pares de moedas e contratos a termo sem entrega física (NDFs). A superintendência destacou que a conduta configurou formação de cartel, considerada ilícita pela Lei de Defesa da Concorrência, e recomendou multas por infração à ordem econômica.
Além dos bancos, a superintendência sugeriu a condenação de representantes das instituições, cujos nomes foram incluídos no relatório encaminhado ao Ministério Público Federal e ao Tribunal Administrativo do Cade. O processo também analisou o comportamento de outras empresas do setor financeiro, mas as investigações contra elas foram arquivadas. As evidências foram reunidas a partir de um acordo de leniência e da assinatura de nove Termos de Compromisso de Cessação (TCCs), que confirmaram a coordenação entre os envolvidos para fixar spreads cambiais e boicotar operadores do mercado.