Dois anos após o início do conflito entre as Forças Armadas do Sudão e um grupo paramilitar, o país enfrenta uma profunda crise humanitária, com dezenas de milhares de mortos, 13 milhões de deslocados e 8 milhões à beira da fome. O líder do grupo paramilitar anunciou a formação de um governo rival, prometendo uma nova moeda e documentos de identidade, enquanto o Exército retomou o controle da capital, Cartum, após meses de combates. Apesar da reconquista, a cidade permanece parcialmente destruída, com falta de serviços básicos e riscos de segurança devido a munições não explodidas.
Enquanto isso, a região de Darfur continua sob intensa violência, com o grupo paramilitar avançando para tomar a última capital regional controlada pelo Exército. Autoridades internacionais reuniram-se em Londres e prometeram mobilizar cerca de 900 milhões de dólares em ajuda, mas nenhuma das partes em conflito participou do encontro. O alto comissário da ONU para refugiados alertou que a indiferença global terá consequências catastróficas, já que milhões de sudaneses enfrentam guerra, fome e violações de direitos humanos.
O conflito já é considerado a pior crise humanitária do mundo, com um sistema de saúde colapsado e estimativas não oficiais apontando para até 150 mil mortos. Crianças são particularmente afetadas, com milhares de vítimas registradas desde 2023. A ONU e outras organizações pedem ação imediata, mas a falta de engajamento internacional e o bloqueio de ajuda agravam o sofrimento da população civil, que luta para sobreviver em meio à destruição.