Um estudo publicado na Communications Biology em abril de 2025 traz novas descobertas sobre o Deinosuchus, um réptil pré-histórico que viveu na América do Norte entre 82 e 75 milhões de anos atrás. Com tamanho comparável a um ônibus (8 a 12 metros), esse predador semelhante a jacarés modernos destacava-se não apenas por suas dimensões, mas também por sua habilidade de nadar em rios e estuários. Essa adaptação permitia que dominasse ecossistemas aquáticos e até se alimentasse de dinossauros, com sua tolerância à água salgada sendo crucial para sua dispersão pelo Mar Interior Ocidental, que dividia o continente na época.
A pesquisa sugere que a capacidade de habitar águas salgadas pode ter sido herdada de ancestrais do Deinosuchus, facilitando sua expansão. Além disso, o estudo associa o gigantismo dos crocodilianos a ecossistemas aquáticos extensos e produtivos, tanto no passado quanto no presente. O fóssil mais completo analisado, o Deinosuchus riograndensis, teve seu tamanho estimado com base na largura da cabeça, reforçando a correlação entre características físicas e ambiente.
Os resultados também destacam a divergência da família Alligatoroidea, que inclui jacarés e aligátores modernos, em um período de elevação do nível do mar. A combinação de tamanho, adaptação a diferentes salinidades e acesso a ambientes ricos em recursos explica como o Deinosuchus se tornou um dos principais predadores de seu tempo, dominando as águas do Cretáceo Tardio.