Pesquisadores da Universidade de Ottawa, no Canadá, descobriram que o consumo regular de maconha está associado a um risco aumentado de desenvolver demência e problemas cardiovasculares, como AVCs, ataques cardíacos e insuficiência cardíaca. O estudo, publicado na revista JAMA Neurology, analisou dados de saúde de cerca de 6 milhões de adultos canadenses com 45 anos ou mais, sem diagnóstico prévio de demência. Os resultados indicam que quem foi hospitalizado ou precisou de atendimento emergencial devido ao uso da droga teve até quatro vezes mais chances de receber um diagnóstico de demência em cinco anos, comparado à população geral.
O estudo também revelou que, entre os usuários que buscaram atendimento médico por complicações relacionadas à cannabis, 5% foram diagnosticados com demência em cinco anos, número que subiu para 19% em uma década. Além disso, a pesquisa destacou um aumento significativo no número de idosos com 65 anos ou mais que procuraram pronto-socorro por problemas ligados à maconha—um crescimento de quase 27 vezes ao longo de 13 anos. Os autores ressaltam que esses dados consideram outros fatores de risco, como idade, saúde mental e condições crônicas, mas ainda não estabelecem uma relação causal direta.
Embora o estudo não prove que a maconha cause demência, os pesquisadores sugerem que o uso frequente pode alterar conexões neuronais, provocar inflamação no cérebro ou agravar fatores associados à doença, como depressão e isolamento social. Eles enfatizam a necessidade de mais pesquisas para entender os mecanismos por trás dessa associação, especialmente diante do aumento do consumo entre adultos e idosos. Enquanto isso, outros fatores de risco conhecidos para demência—como hipertensão, diabetes e sedentarismo—continuam sendo prioritários para prevenção.