Um estudo britânico publicado na revista Nature revelou que a vacina contra o vírus varicela-zóster, causador da herpes-zóster, pode reduzir significativamente o risco de demência, especialmente em mulheres. A pesquisa acompanhou dois grupos no País de Gales por sete anos e constatou que mulheres vacinadas acima de 80 anos tiveram um risco 20% menor de desenvolver demência, enquanto nenhum efeito significativo foi observado em homens. Apesar dos resultados promissores, o estudo analisou apenas a vacina Zostavax, que tem eficácia limitada, enquanto a maioria das pessoas hoje recebe a Shingrix, mais eficaz mas não incluída na pesquisa.
O vírus varicela-zóster, responsável pela catapora em crianças, permanece latente no organismo e pode reativar-se anos depois, causando a herpes-zóster, uma doença dolorosa que afeta principalmente idosos e pessoas com imunidade baixa. Os sintomas incluem erupções cutâneas, febre e dor intensa, podendo levar a complicações neurológicas. A vacinação, atualmente indicada para maiores de 50 anos no Brasil, não é oferecida pelo SUS, sendo disponível apenas na rede privada a um custo elevado.
Os pesquisadores destacam a necessidade de revisar as recomendações de vacinação, dada a potencial proteção contra a demência. Especialistas sugerem que a imunização possa ser ampliada, especialmente para mulheres, devido à sua maior predisposição a doenças autoimunes e neurodegenerativas. A descoberta abre caminho para novas investigações sobre como a vacina interfere no risco de demência e por que os efeitos diferem entre gêneros, reforçando a importância da prevenção.