O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), interrompeu o julgamento sobre a anulação de processos contra um ex-ministro envolvido na Operação Lava Jato, pedindo mais tempo para análise. A Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreu da decisão do ministro Dias Toffoli, que havia invalidado todas as provas e ações penais contra o ex-ministro, argumentando que ele teria sido vítima de conluio entre juízes e procuradores. O caso, que seria decidido no plenário virtual, agora aguarda a devolução do processo pelo ministro, que tem até 90 dias para concluir sua análise.
Toffoli baseou sua decisão em diálogos hackeados de integrantes da Lava Jato, alegando que o ex-ministro foi prejudicado por irregularidades semelhantes às que beneficiaram outro réu anteriormente. Dois ministros, no entanto, divergiram, argumentando que o STF não deveria analisar o caso diretamente, mas sim deixar que as instâncias inferiores avaliassem os pedidos. Eles também destacaram que os diálogos, embora graves, não passaram por perícia oficial e não deveriam ser usados como prova.
A PGR sustenta que as provas contra o ex-ministro foram obtidas de forma legítima e em múltiplas fontes, rejeitando a tese de conluio. Enquanto isso, o acordo de colaboração premiada do ex-ministro permanece válido, e ele já cumpriu parte das condições, como o pagamento de uma multa. O julgamento será retomado após a análise do ministro, sem data definida, mantendo-se a incerteza sobre o desfecho do caso.