Nos dias que antecederam a posse de Donald Trump em janeiro, a Blue Origin, empresa espacial do bilionário Jeff Bezos, lançou o foguete New Glenn, marcando um momento significativo em sua competição com a SpaceX, de Elon Musk, pelo domínio das operações de satélites espiões. O lançamento bem-sucedido, apesar da falha na recuperação do propulsor, destacou o papel crescente dessas empresas privadas em missões críticas para a inteligência dos Estados Unidos. A capacidade de colocar satélites em órbita terrestre, um dos esforços mais complexos e caros do espionagem moderna, agora depende cada vez mais desses atores do setor privado.
Durante o governo Trump, tanto a Blue Origin quanto a SpaceX devem assumir funções importantes no lançamento de satélites de inteligência, sinalizando uma mudança no controle tradicionalmente exercido por agências governamentais e contratantes militares. Essa transição coloca a comunidade de inteligência norte-americana em uma posição de dependência em relação às capacidades tecnológicas e logísticas dessas empresas. O cenário reflete uma tendência mais ampla de privatização de atividades antes exclusivas do Estado, especialmente no setor espacial.
A competição entre as duas companhias não só impulsiona inovações tecnológicas, mas também redefine as dinâmicas de poder no cenário global de espionagem. Enquanto os detalhes operacionais permanecem sob sigilo, a influência desses empreendedores na segurança nacional e na coleta de inteligência é inegável. O episódio ilustra como a fronteira entre o setor público e o privado está se tornando cada vez mais difusa em áreas estratégicas.