Há menos de um ano, o então presidente da Coreia do Sul era recebido com honras na Casa Branca, mas agora seu impeachment foi confirmado por unanimidade pelo Tribunal Constitucional do país, marcando um capítulo turbulento na política sul-coreana. A decisão veio após a declaração de lei marcial no ano passado, que gerou protestos massivos e acusações de violação de deveres constitucionais. O processo, que se arrastou por 15 semanas, expôs a fragilidade do governo e a polarização política, agravada por tensões comerciais com os EUA e escândalos que minaram a confiança pública.
A crise política teve origem em alegações de abuso de poder e corrupção, incluindo suspeitas envolvendo familiares do ex-presidente. A tentativa de impor lei marcial foi rapidamente revertida pelo Parlamento, mas o estrago já estava feito: protestos tomaram as ruas, e a oposição conseguiu aprovar o impeachment. A situação revelou as divisões profundas na sociedade sul-coreana, especialmente entre jovens homens que se sentem marginalizados e veem políticas de igualdade de gênero como injustas. Enquanto isso, a economia sofre com tarifas comerciais e incertezas políticas.
O país agora se prepara para novas eleições em meio a um cenário de instabilidade regional, com a Coreia do Norte intensificando testes de mísseis e aproximando-se da Rússia. Analistas alertam que a Coreia do Sul precisa resolver suas divisões internas para garantir a estabilidade democrática e regional. Há discussões sobre a necessidade de reformas constitucionais para evitar crises futuras, mas, por enquanto, a polarização política continua a desafiar o caminho do país.