O soldado escocês Donnie MacRae, morto em 1941 como prisioneiro de guerra na Alemanha, teve partes de seu cérebro e medula espinhal removidas para pesquisa sem o conhecimento da família. A descoberta só ocorreu em 2020, quando pesquisadores entraram em contato com seus parentes após identificar os tecidos preservados no Instituto Max Planck de Psiquiatria, em Munique. Donnie sofria de uma doença neurológica rara, e suas amostras foram usadas em estudos durante décadas antes de serem arquivadas.
A iniciativa para reunir os restos mortais de Donnie partiu de um projeto internacional que busca identificar vítimas de pesquisas realizadas durante a Segunda Guerra Mundial. O grupo descobriu que cerca de 2.000 cérebros foram extraídos na época, incluindo os de prisioneiros de guerra, vítimas do Holocausto e outros grupos perseguidos. A Comissão de Túmulos de Guerra da Commonwealth concordou em enterrar as amostras de Donnie em seu túmulo em Berlim, encerrando um capítulo de décadas de desconhecimento para a família.
A sobrinha de Donnie, Libby MacRae, expressou alívio por finalmente poder honrá-lo adequadamente. Um epitáfio em gaélico será adicionado ao túmulo, marcando o fim de uma jornada dolorosa. O caso destaca as complexidades éticas da pesquisa médica em períodos de conflito e os esforços contemporâneos para corrigir injustiças históricas.