A cadeia produtiva da soja e do biodiesel registrou queda de 5% em volume e 3,27% em renda em 2024, reflexo da quebra de safra e da volatilidade nos preços internacionais. Apesar disso, o setor movimentou R$ 650 bilhões, mantendo participação relevante na economia brasileira: 5,5% do PIB nacional e 24% do PIB do agronegócio. O desempenho da agroindústria, especialmente no processamento, ajudou a mitigar os efeitos negativos, com o volume agregado sendo o segundo maior da série histórica, segundo dados da Abiove e do Cepea/Esalq-USP.
O estudo destacou que a industrialização multiplica por 4,67 vezes o valor agregado da soja, gerando R$ 6.370 em PIB por tonelada processada, contra R$ 1.738 da soja exportada in natura. No mercado de trabalho, o processamento também se mostrou mais eficiente, criando 4,39 vezes mais empregos por tonelada. Apesar da redução de 3,2% no emprego total em 2024, setores como esmagamento e rações tiveram crescimento superior a 20% no número de trabalhadores.
As exportações da cadeia somaram US$ 54,25 bilhões em 2024, com queda de 19,7% no valor, influenciada pela menor produção e pelos preços internacionais. A China absorveu 73% das vendas de soja in natura, que representaram 79% do total exportado. Especialistas alertam para os desafios globais, como disputas comerciais e tarifas, mas veem oportunidades para o Brasil como fornecedor estratégico, desde que políticas industriais estáveis sejam mantidas para garantir a capacidade de processamento e o abastecimento de farelo.