Os preços da soja no Brasil tiveram alta superior a 3% na última semana, impulsionados principalmente pela demanda externa, especialmente da China, e pela valorização do dólar frente ao real. Segundo o Cepea, os indicadores de Paranaguá (PR) e Paraná registraram aumentos expressivos de 4,2% e 3,2%, respectivamente, fechando a semana em R$ 137,66 e R$ 131,10 por saca de 60 kg. O mercado brasileiro superou o desempenho da bolsa de Chicago, onde a commodity subiu 1,7%, refletindo o impacto da guerra comercial e da disparada do dólar, que chegou a R$ 6 antes de fechar a R$ 5,904 na quinta-feira (10).
A suspensão temporária de tarifas recíprocas pelos EUA, exceto para a China, trouxe alívio ao mercado internacional, mas intensificou a disputa comercial com os chineses. Isso deve beneficiar o Brasil, já que a China é o principal destino da soja brasileira, responsável por 77% das exportações no primeiro trimestre—um recorde histórico de mais de 16 milhões de toneladas em março. Com as tarifas chinesas sobre a soja norte-americana, o Brasil pode capturar ainda mais demanda global.
O cenário reforça a competitividade do agronegócio brasileiro, que segue batendo recordes de produção e exportação. Enquanto os EUA enfrentam barreiras comerciais, o Brasil se consolida como fornecedor estratégico para a China, aproveitando a conjuntura de dólar forte e preços elevados. Os dados do Cepea e da Anec destacam a resiliência do setor, mesmo em um contexto de volatilidade global.