Em Ulaanbaatar, capital da Mongólia e considerada a cidade mais fria do mundo, o uso de fogões a carvão para aquecer as casas tornou-se uma tradição perigosa. Com o aumento de migrações das estepes para a área urbana devido a mudanças climáticas, a poluição do ar atingiu níveis críticos, levando a intoxicações por monóxido de carbono e mortes evitáveis. Em apenas sete anos, mais de 800 pessoas perderam a vida por envenenamento, revelando uma crise de saúde pública que exige ação urgente.
A tragédia de uma família de seis membros, que morreu enquanto dormia em janeiro, chocou o país e intensificou o debate sobre a qualidade do ar. Manifestações públicas pressionaram o governo a divulgar dados alarmantes, mostrando a escala do problema. Apesar da comoção, as soluções ainda são insuficientes, e casos continuam a surgir, como o de um casal encontrado sem vida em fevereiro.
O smog já faz parte do cotidiano dos moradores, mas a dependência do carvão persiste devido à falta de alternativas acessíveis. Enquanto autoridades discutem medidas, a população enfrenta um inverno após outro respirando ar tóxico, tornando Ulaanbaatar um símbolo dos desafios ambientais e sociais causados pela transição entre o rural e o urbano em um clima extremo.