A Defesa Civil de São Paulo emitiu 113 alertas de risco severo no primeiro trimestre deste ano, sendo 22 na capital, mas a frequência dos avisos levantou dúvidas sobre sua precisão. Os alertas são disparados via SMS ou cell broadcast, este último adotado após a ineficácia do sistema tradicional durante tragédias como a do Litoral Norte em 2023. Enquanto o SMS exige cadastro prévio e atinge apenas uma parcela da população, o cell broadcast envia notificações emergenciais diretamente para celulares em áreas de risco, sobrepondo outras atividades e emitindo sons mesmo no modo silencioso.
A emissão dos alertas severos é baseada em parâmetros do Cenad e ocorre quando há previsão de chuvas intensas (acima de 50 mm/h), capazes de causar alagamentos, deslizamentos ou vendavais. No entanto, limitações tecnológicas impedem que todos recebam os avisos: celulares antigos (anteriores a 2020) ou sem conexão 4G/5G, além de áreas com falhas de cobertura, ficam de fora. A Defesa Civil reforça que a população deve habilitar as notificações nas configurações do aparelho e agir rapidamente ao receber um alerta, buscando abrigo em até uma hora.
A eficácia do sistema depende não apenas da tecnologia, mas também da mudança de comportamento das pessoas. O tenente Maxwel Souza destaca que, em situações extremas, como alagamentos, a autoproteção é crucial—ignorar os alertas pode colocar vidas em risco. A Defesa Civil orienta, por exemplo, a evacuar veículos em congestionamentos se a água atingir metade da roda, evitando ser arrastado pela correnteza. O desafio, portanto, é combinar infraestrutura robusta com conscientização pública.