Os fundos imobiliários (FIIs) de shopping têm demonstrado resiliência mesmo em um cenário de juros elevados, mantendo-se como uma das classes mais atrativas do setor. Analistas destacam que, embora a alta da Selic pressione as cotas, shoppings consolidados e bem localizados continuam se valorizando, impulsionados por vendas crescentes e reajustes de aluguéis acima da inflação. Fundos voltados para classes A e B, em especial, mostram desempenho superior, com capacidade de repasse de preços e demanda mais estável, mesmo em um contexto macroeconômico desafiador.
Apesar da concorrência com FIIs de papel — que se beneficiam diretamente dos juros altos —, os shoppings mantêm dividendos consistentes, atraindo investidores de longo prazo. Analistas apontam que a desvalorização recente das cotações, influenciada pelo ciclo de juros, nem sempre reflete a saúde financeira dos empreendimentos, abrindo oportunidades de compra. Além disso, a recuperação pós-pandemia já está consolidada, e a trajetória futura da Selic será decisiva para a valorização patrimonial desses ativos.
O setor também está se reinventando, com shoppings incorporando serviços como coworkings, academias e eventos para aumentar o fluxo de visitantes e receitas. Parcerias entre operadoras e FIIs, como no caso do XP Malls, reforçam o potencial de valorização. Fundos como HGBS11 e CPSH11 se destacam por sua exposição a ativos premium e gestão sólida. Em um eventual ciclo de queda dos juros, os FIIs de shopping podem voltar a atrair investidores em busca de renda e valorização, concluem especialistas.