Países pobres acusaram as economias ricas de recuar em seus compromissos climáticos, em meio a negociações tensas para estabelecer um acordo global que reduza as emissões do setor de transporte marítimo. Representantes de 175 nações reuniram-se esta semana na Organização Marítima Internacional (IMO), em Londres, para finalizar os detalhes de um plano que vem sendo discutido há mais de uma década. O objetivo é criar uma estratégia para descarbonizar o setor nos próximos 25 anos, mas divergências sobre quem deve financiar a transição têm dificultado o consenso.
Uma das propostas em discussão é a implementação de uma taxa sobre as emissões de carbono dos navios, cuja arrecadação seria destinada a apoiar ações climáticas em países em desenvolvimento. No entanto, economias poderosas se opõem à medida, alegando preocupações com custos e impactos na competitividade do setor. Nações mais vulneráveis, por sua vez, argumentam que os países ricos estão falhando em cumprir suas promessas de financiamento climático, essenciais para lidar com os efeitos das mudanças climáticas.
O impasse reflete tensões mais amplas nas negociações internacionais sobre o clima, onde a divisão entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento permanece um obstáculo significativo. Enquanto o prazo para limitar o aquecimento global se torna cada vez mais curto, a falta de acordo no setor marítimo—responsável por cerca de 3% das emissões globais—coloca em risco os esforços para alcançar as metas do Acordo de Paris. O resultado desta reunião pode definir o ritmo da transição verde no transporte marítimo nas próximas décadas.