O volume de serviços prestados no Brasil continua a crescer, mesmo diante de fatores conjunturais adversos, como a alta dos juros e pressões inflacionárias. De acordo com Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE, o setor tem mantido uma demanda estável, operando apenas 1,0% abaixo do recorde alcançado em outubro de 2024. Quatro das cinco atividades analisadas registraram alta em fevereiro, com destaque para informação e comunicação (1,8%) e outros serviços (2,2%), enquanto apenas transportes apresentou queda (-0,1%).
Apesar do desempenho positivo, alguns subsetores, como serviços prestados às famílias, mostram desaceleração no início de 2025, possivelmente influenciados pela inflação, juros elevados e menor dinamismo no emprego e renda. Lobo pondera que ainda não é possível afirmar se essa tendência reflete uma mudança estrutural no consumo ou apenas uma reação temporária às condições econômicas. No entanto, atividades mais dinâmicas, como tecnologia da informação e comércio eletrônico, seguem impulsionando o setor.
O pesquisador destaca que o setor de serviços tem sido guiado por sua própria dinâmica, independentemente de flutuações econômicas. Atividades inovadoras, como intermediação por plataformas digitais, continuam a crescer, demonstrando resiliência mesmo em um cenário de juros altos e inflação. Essa tendência sugere uma transformação no consumo, com serviços essenciais e tecnológicos mantendo trajetória ascendente, enquanto segmentos mais sensíveis ao poder de compra enfrentam desafios.