O segmento de máquinas agrícolas no Brasil espera um aumento de 8% no faturamento em 2025, alcançando R$ 66 bilhões, após uma queda de 20% em 2024. No entanto, o valor ainda ficará distante do recorde de R$ 97 bilhões registrado em 2022. A recuperação plena do setor só deve ocorrer em 2027, segundo projeções da Câmara Setorial da Abimaq. O principal fator para a retomada gradual é a superoferta de soja e milho, que reduz os preços e desestimula investimentos em novas tecnologias pelos produtores.
A alta produção dessas culturas, que representam 60% da demanda por equipamentos agrícolas, tem mantido os preços baixos, com o bushel de soja cotado a US$ 10, contra US$ 17 no período de euforia. Além disso, a elevação da taxa Selic, que ultrapassa 14%, e a falta de expansão de áreas de plantio em 2024 contribuíram para a retração do mercado. Enquanto anos anteriores registraram crescimento de 15 milhões de hectares, recentemente não houve aumento significativo de terras cultiváveis, reduzindo a necessidade de máquinas novas.
Outro desafio é a frota atual de equipamentos, que ainda não está obsoleta, especialmente para grandes agricultores. Com muitas máquinas novas em operação, a reposição torna-se menos urgente. Apesar do cenário desafiador, a expectativa para eventos como a Agrishow 2025 é positiva, com projeção de R$ 15 bilhões em intenções de negócios. O setor aguarda melhores condições em 2027, quando os preços das commodities podem se recuperar, incentivando novos investimentos.