Em meio às tensões comerciais causadas pelo anúncio de novas tarifas pelo governo dos Estados Unidos, senadores e empresários brasileiros estão organizando comitivas para viagens ao país em maio. A iniciativa, liderada pela Comissão de Relações Exteriores do Senado e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), busca alternativas ao chamado “tarifaço” antes que o Brasil precise recorrer a retaliações autorizadas pela recente Lei da Reciprocidade. A CNI planeja levar uma delegação de 15 empresas para discutir facilitação comercial e abertura de mercados, enquanto senadores articulam uma agenda paralela com representantes diplomáticos americanos.
O governo brasileiro, embora tenha aprovado mecanismos legais para retaliar, ainda prioriza a negociação, visto que os EUA são o segundo maior parceiro comercial do país. Especialistas do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) recomendam cautela, sugerindo que eventuais retaliações sejam seletivas e estratégicas, mirando setores de peso político nos EUA para evitar escaladas protecionistas. O documento do Cebri ressalta que o momento exige tanto prudência quanto audácia, com concessões pontuais para fortalecer a posição brasileira.
Enquanto isso, a embaixada dos EUA no Brasil emitiu um comunicado citando o país entre os que “sufocam” parte da economia americana, sinalizando que as tensões persistem. Apesar disso, as comitivas brasileiras buscam aprofundar o diálogo, unindo esforços do setor privado, do Congresso e do governo federal para evitar danos maiores ao comércio bilateral. A viagem da CNI está marcada para maio, com expectativa de discutir setores como energia, biocombustíveis e máquinas.