O Senado dos Estados Unidos rejeitou nesta quarta-feira (30) uma resolução que buscava revogar as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre mais de 180 países e regiões. A decisão ocorreu mesmo com sinais de desaceleração econômica, após o Departamento do Comércio divulgar uma queda de 0,3% no PIB no primeiro trimestre, a primeira contração em três anos. Três senadores republicanos uniram-se aos democratas para apoiar a medida, mas o projeto não atingiu a maioria necessária para avançar à Câmara dos Representantes.
O debate reflete a divisão dentro do Partido Republicano, com críticos argumentando que as tarifas são excessivamente amplas e prejudicam aliados comerciais, como Canadá e México. A senadora Susan Collins destacou a necessidade de maior seletividade na aplicação das medidas, sem tratar parceiros estratégicos como adversários. Enquanto isso, o déficit comercial dos EUA atingiu recorde em março, impulsionado pelo aumento de importações antecipadas devido aos temores das tarifas.
A turbulência nas políticas comerciais tem gerado incertezas nos mercados, com impactos visíveis no dólar e nos valores mobiliários. Apesar disso, o apoio republicano à estratégia tarifária mostrou-se mais consolidado desta vez, contrastando com votações anteriores. A resolução, que buscava restringir os poderes do presidente, foi vista como um teste ao controle legislativo sobre as decisões comerciais, mas sua rejeição reforça a continuidade da política econômica atual.