Os seminaristas Junior Henrique da Silva e Kaik Ribas representam a nova geração da Igreja Católica no Brasil, que enfrenta desafios como a perda de fiéis e a escassez de padres. Ambos deixaram carreiras promissoras para seguir o chamado religioso, destacando um processo de discernimento que inclui acompanhamento espiritual e psicológico. O seminário onde estudam, em Belo Horizonte, mantém uma rotina rigorosa, mas também oferece espaços para atividades culturais e esportivas, buscando equilibrar formação e vida social.
A Igreja Católica registra queda no número de seminaristas e padres no Brasil e no mundo, segundo dados da CNBB e do Anuário Pontifício. Enquanto o país ainda é considerado o maior reduto católico global, pesquisas apontam crescimento de outras denominações, como as evangélicas. Para lidar com a falta de clérigos, algumas dioceses adotam estratégias como a importação de padres de outros países, como a Índia, especialmente em regiões críticas como a Amazônia.
O perfil dos seminaristas mudou ao longo das décadas, com candidatos agora vindos majoritariamente de centros urbanos e muitas vezes após experiências profissionais ou acadêmicas. Apesar do conservadorismo crescente em alguns setores da Igreja, figuras como o papa Francisco influenciaram uma abordagem mais progressista, focada em questões humanitárias. A sucessão papal, após a morte de Francisco, será crucial para definir os rumos da instituição em meio a esses desafios.