O Seminário Internacional Cultura Viva Comunitária, realizado na Cidade do México até 10 de abril, coloca em pauta a Política Nacional de Cultura Viva (PNCV) do Brasil como referência para políticas culturais de base comunitária. Criada em 2004 pelo Ministério da Cultura, a PNCV inspira países a adotarem modelos que descentralizam a gestão cultural, incentivando a participação direta das comunidades. O evento, organizado pela Fundação Casa de Rui Barbosa, reforça o papel do Brasil na construção de agendas internacionais, como a Conferência Mundial da Unesco (Mondiacult) 2025.
A política brasileira já beneficiou mais de 7,2 mil Pontos de Cultura em 1,6 mil municípios, promovendo acesso a bens culturais e gestão compartilhada. Além disso, por meio da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), serão destinados R$ 1,6 bilhão à Cultura Viva até 2027, garantindo que municípios invistam 25% dos recursos em iniciativas comunitárias. Segundo especialistas, esse modelo amplia direitos culturais e valoriza práticas locais, integrando cultura com outras áreas como saúde, educação e combate à violência.
O seminário reúne pesquisadores e gestores de renome, como Néstor García Canclini e Célio Turino, para debater a cultura como eixo transversal de políticas públicas. Alexandre Santini, presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, destacou que projetos culturais comunitários no México e na América Latina demonstram como a cultura pode articular direitos sociais. O evento integra a Caravana Quetzalcoatl e o Festival de Culturas Vivas Comunitárias, reforçando a importância de investimentos em políticas que nascem do diálogo com as comunidades.