Imagens de satélite mostram uma disparidade significativa na distribuição de áreas verdes entre regiões centrais e periféricas do Distrito Federal. Enquanto áreas nobres, como o Plano Piloto e o Lago Sul, exibem vegetação exuberante e bem mantida, localidades mais afastadas, como Ceilândia e Itapoã, aparecem com pouca cobertura vegetal, refletindo um possível cenário de racismo ambiental. De acordo com especialistas, comunidades marginalizadas sofrem com a falta de acesso a recursos naturais, o que impacta diretamente sua qualidade de vida.
A Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) afirma que o Plano Piloto foi planejado com áreas destinadas à arborização, enquanto outras regiões cresceram sem o mesmo critério, devido a pressões imobiliárias e ocupações irregulares. Embora a Novacap tenha plantado quase 80 mil árvores entre 2024 e 2025, a distribuição não foi detalhada por região, levantando questões sobre a priorização de investimentos em áreas já privilegiadas. Professores destacam que a falta de vegetação agrava problemas como ilhas de calor, alagamentos e má qualidade do ar, afetando principalmente as populações mais vulneráveis.
As consequências da desigualdade ambiental são evidentes: regiões com menos áreas verdes enfrentam temperaturas mais altas, maior risco de enchentes e piores condições de saúde durante a seca. Apesar dos esforços de arborização, especialistas alertam para a necessidade de um planejamento urbano mais inclusivo, que garanta acesso equitativo a espaços verdes para todos os moradores do DF. O debate sobre racismo ambiental ganha força, destacando a urgência de políticas públicas que combatam essas disparidades.