Durante a Agrishow 2025, o diretor de agronegócio do Santander destacou que o Plano Safra 2025/26 enfrentará um cenário de juros elevados, com um pequeno aumento de 1,5% nas taxas para a maioria das linhas de crédito, exceto para microcrédito e agricultura familiar. O executivo explicou que, diante do endividamento dos produtores, as linhas de investimento estão menos demandadas, e o foco atual deve ser a renegociação de dívidas, já que a margem de lucro caiu de 40% para 20%-25%. A expectativa é que a recuperação leve mais duas ou três safras boas para se consolidar.
O Santander, que possui uma carteira de R$ 100 bilhões (metade destinada a produtores rurais), projetou um crescimento mais moderado de 5% neste ano, com 80% dos recursos concentrados em soja, milho e pecuária. Para reduzir a volatilidade, o banco tem priorizado taxas prefixadas em vez de linhas atreladas ao dólar ou ao CDI, especialmente para produtores com dificuldades financeiras. A estratégia visa oferecer previsibilidade, evitando os riscos cambiais e de juros que impactaram negativamente alguns agricultores no passado.
A cautela rege tanto o setor agrícola quanto o financeiro, com o Santander focando em alongar prazos e renegociar dívidas para ajudar os produtores, exceto aqueles em recuperação judicial ou que deixaram a atividade rural. O executivo ressaltou que, assim como pessoas físicas, alguns agricultores podem precisar vender ativos para equilibrar as contas, reforçando a necessidade de prudência em um momento de incertezas e margens apertadas.