Santa Catarina continua registrando índices elevados de cigarrinhas-do-milho, com uma média de 88,4 insetos por armadilha na última semana. Apesar do alto número, a situação é considerada positiva, pois não foi detectada a presença do espiroplasma do enfezamento-pálido, bactéria altamente agressiva que costuma afetar as lavouras na fase final. No entanto, o fitoplasma do enfezamento-vermelho e vírus como o rayado-fino e o mosaico-estriado foram identificados em algumas regiões, embora com menor frequência e impacto.
Os produtores são orientados a manter o monitoramento das lavouras, especialmente durante a fase reprodutiva, e a acompanhar os boletins semanais do programa Monitora Milho SC, que fornece dados atualizados sobre a população de cigarrinhas e a incidência de patógenos. A pesquisadora Maria Cristina Canale destaca a importância do planejamento pós-colheita, incluindo a regulagem adequada das máquinas para evitar perdas de grãos, que podem germinar e servir como hospedeiros para as cigarrinhas durante o inverno.
O programa Monitora Milho SC, uma iniciativa colaborativa entre Epagri, universidades e entidades agrícolas, tem sido fundamental para mapear a disseminação das cigarrinhas e os patógenos associados. Na última semana, foram registrados casos de vírus e bactérias em cidades como Canoinhas, Guatambu e Lages, mas a ausência do espiroplasma do enfezamento-pálido traz alívio aos agricultores. A vigilância contínua é essencial para mitigar riscos e proteger a produção de milho no estado.