Minas Gerais deve consolidar sua posição como o segundo maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil na safra 2025/26, mesmo com uma queda de 7,1% na produção, estimada em 77,2 milhões de toneladas. A retração é atribuída a fatores climáticos, como a estiagem prolongada em 2024 e chuvas abaixo do esperado, que reduziram a produtividade agrícola em 12,5%. No entanto, o estado registra expansão na área cultivada, que cresceu 9,8%, alcançando 1,23 milhão de hectares, reforçando sua importância no setor.
Apesar dos desafios, o setor de bioenergia em Minas Gerais continua a investir, com destaque para a CMAA, que anunciou um plano de R$ 3,5 bilhões até 2033 para expandir sua capacidade de moagem e produção de açúcar e etanol. A qualidade da matéria-prima, no entanto, deve cair, com redução de 2,3% nos Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana. Além disso, o mix de produção deve ser mais voltado para o açúcar (52,4%) em detrimento do etanol (47,6%), invertendo a tendência da safra anterior.
O segmento de biocombustíveis também apresenta mudanças, com uma queda na produção total de etanol, mas crescimento de 6,6% no etanol anidro, usado na mistura com gasolina. A cadeia produtiva da bioenergia em Minas Gerais, presente em 110 municípios, gera mais de 190 mil empregos diretos e indiretos, reforçando seu papel estratégico na economia estadual e na transição para uma matriz energética de baixo carbono.