O presidente da Rússia demonstrou abertura para encerrar a invasão da Ucrânia com base nas atuais linhas de frente, segundo informações publicadas pelo Financial Times. A proposta, apresentada a um enviado especial dos EUA, incluiria a renúncia a reivindicações sobre partes de quatro regiões parcialmente ocupadas, desde que houvesse reconhecimento formal da anexação da Crimeia e do domínio russo sobre áreas já controladas no leste e sul do país. Essa seria a primeira indicação de flexibilidade em demandas consideradas intransigentes desde o início do conflito em 2022.
Uma nova rodada de negociações está prevista em Londres, com participação de representantes ucranianos, europeus e norte-americanos, embora algumas figuras-chave tenham cancelado presença. Entre as propostas em discussão está o envio de uma força de paz europeia, independente da Otan, para monitorar uma possível trégua em uma zona desmilitarizada de mais de 1.000 km. A iniciativa contaria com a colaboração de militares russos e ucranianos, cada um responsável por seu lado da linha de contato.
O presidente da Ucrânia afirmou ainda não ter recebido uma proposta oficial, mas reiterou que o país não aceitará a ocupação da Crimeia, considerada território ucraniano. Fontes próximas ao governo russo sugerem que há espaço para negociação sobre as quatro regiões fronteiriças, desde que haja garantias como a exclusão da Ucrânia da Otan. Autoridades europeias, no entanto, mantêm cautela, alertando para a possibilidade de a proposta ser uma estratégia para obter concessões unilaterais.