As chamadas automáticas, conhecidas como robocalls, têm se tornado um problema crescente no Brasil, não apenas pela quantidade de ligações indesejadas, mas também pelos crimes associados a elas. Mensalmente, cerca de 20 bilhões de ligações são realizadas no país, metade delas por robôs programados. Essas chamadas são frequentemente utilizadas para práticas ilegais, como fraude eletrônica, falsidade ideológica e violação de telecomunicações, muitas vezes com dados obtidos sem consentimento. Técnicas como a alteração do DDD ou a criação de números falsos dificultam o bloqueio e aumentam a eficácia dos golpes.
Especialistas alertam que os prejuízos vão além do incômodo, afetando desde oportunidades de trabalho até cuidados médicos. Vítimas podem ser induzidas a compartilhar informações pessoais ou cair em ofertas fraudulentas, enquanto empresas éticas também sofrem com a desconfiança gerada. A regulamentação e a responsabilização das empresas envolvidas são apontadas como medidas necessárias, com destaque para violações ao Código de Defesa do Consumidor e à Lei Geral de Proteção de Dados.
A Anatel afirma que tem trabalhado para reduzir as ligações abusivas, com iniciativas como a identificação de origem verificada, que mostra o nome e o motivo da chamada. Apesar dos avanços, o combate aos robocalls ainda enfrenta desafios, exigindo maior fiscalização e conscientização para proteger consumidores e manter a integridade das telecomunicações.