O governo federal revisou 841 mil benefícios por incapacidade temporária entre julho de 2024 e janeiro de 2025, encerrando 436 mil cadastros (52% do total). A medida, focada em auxílios-doença do INSS, gerou uma economia estimada em R$ 3 bilhões aos cofres públicos. A ação priorizou beneficiários que não passaram por reavaliações médicas periódicas, exigidas por lei para comprovar a continuidade da incapacidade. Dados da CGU mostram que, em 2020, quase 900 mil pessoas não cumpriam essa exigência.
Além do auxílio-doença, o governo ampliou “pentes-finos” em outros programas sociais, como o Proagro (seguro rural) e o BPC (benefício para idosos e pessoas com deficiência). A Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2026 prevê economias de R$ 50,8 bilhões até 2029 com essas revisões. No entanto, especialistas alertam que tais medidas não representam mudanças estruturais nos gastos públicos, sendo apenas um alívio temporário.
A estratégia de revisão incluiu 10 mil perícias médicas mensais, concentradas em benefícios concedidos há mais de um ano. Embora as projeções de economia sejam ambiciosas, históricos recentes mostram que os valores finais podem ser menores que o previsto. Em 2024, por exemplo, a expectativa de redução de gastos com a Previdência caiu quase pela metade. O governo reforça que o objetivo é garantir que os recursos cheguem apenas a quem tem direito.