O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reuniu-se neste sábado (5) com representantes dos maiores bancos privados do país para discutir a estruturação da operação entre o Banco Regional de Brasília (BRB) e o Banco Master. A proposta em análise prevê que o BRB adquira 58% do Master, conforme aprovado pelo seu conselho, enquanto um consórcio de bancos privados, incluindo BTG, Bradesco, Santander e Itaú, assumiria os ativos de maior risco, com garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). A divisão busca equilibrar os riscos da transação, separando ativos menos líquidos, como precatórios e créditos judiciais, da parte principal adquirida pelo banco público.
O uso do FGC tem sido ponto de preocupação entre os grandes bancos, que financiam a maior parte do fundo. Eles temem que instituições menores aproveitem a garantia como atrativo para captações arriscadas, transferindo o ônus para o sistema financeiro. A reunião contou com a presença dos presidentes dos bancos envolvidos e do diretor do FGC, sinalizando a complexidade e a importância do acordo, que ainda depende de aval do BC e do Cade.
A expectativa é que a proposta seja finalizada até meados da próxima semana, consolidando uma solução que beneficie ambas as partes. O BRB pagaria 75% do patrimônio líquido do Master pelos 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais, enquanto o consórcio absorveria os ativos problemáticos. O modelo visa estabilizar a operação, mas ainda enfrenta resistências sobre o papel do FGC em transações de alto risco.