A geração Z, formada por nascidos entre 1995 e 2010, está resgatando câmeras fotográficas digitais e analógicas do início dos anos 2000, transformando-as em um fenômeno cultural. Esses equipamentos, muitos já descontinuados, são valorizados por sua estética nostálgica e pela qualidade orgânica das imagens, contrastando com o excesso de processamento dos smartphones. Jovens colecionam modelos usados, muitas vezes pagando valores elevados em plataformas online, enquanto psicólogos e especialistas atribuem o movimento a uma combinação de restrições escolares a celulares e uma busca por conexões afetivas com o passado.
Entusiastas como publicitários e fotógrafos destacam a importância emocional desses dispositivos, que remetem a memórias familiares e momentos espontâneos, menos comuns na era das redes sociais. Câmeras como a Cybershot da Sony, símbolo dos anos 2000, viraram itens cobiçados, apesar dos custos altos de manutenção, especialmente para filmes analógicos, que exigem revelação especializada. A tendência também ganhou impulso com a influência do TikTok, onde a estética retro é celebrada, reforçando o apelo desses equipamentos entre os jovens.
Além da nostalgia, a praticidade dessas câmeras em ambientes urbanos é outro fator relevante: modelos compactos oferecem segurança contra furtos, comparados a smartphones caros, e permitem maior liberdade criativa. No entanto, a escassez de acessórios e locais de revelação no Brasil dificulta o hobby, concentrando o mercado em importações. Para muitos, o movimento representa não apenas um resgate tecnológico, mas uma forma de preservar histórias e emoções em um mundo cada vez mais digital.