A SLC Agrícola (SLCE3) tem demonstrado resiliência diante das recentes quedas no mercado, levantando dúvidas entre investidores sobre seu potencial como aposta na guerra comercial entre EUA e China. No entanto, o JPMorgan avalia que, embora a empresa possa se beneficiar indiretamente de um aumento na demanda chinesa por grãos, isso não representa uma oportunidade direta ou simples. O Brasil já detém participação significativa nas importações de soja da China (cerca de 70%), e o algodão – commodity mais relevante para a SLC – enfrenta pressões devido a temores de recessão global e à queda no preço do petróleo, que reduz a demanda por fibras naturais.
Apesar disso, o banco destaca que o elevado volume de posições vendidas no papel pode estar levando investidores a reconsiderar seus riscos, explicando a recente estabilidade da ação. Embora reconheça a qualidade da tese de longo prazo, o JPMorgan mantém uma recomendação neutra, citando a falta de gatilhos de curto prazo e projetando um rendimento de fluxo de caixa modesto para 2026. Além disso, o Brasil tem potencial para ampliar sua participação nas exportações de grãos para a China, especialmente se os EUA perderem competitividade devido a tarifas, o que poderia beneficiar indiretamente a SLC.
Por outro lado, a queda no preço do petróleo e uma possível recessão global podem pressionar os preços do algodão, que representa cerca de metade dos resultados da empresa. Um cenário de real valorizado também pesaria contra as expectativas do mercado. Enquanto isso, investidores do setor de proteínas têm mostrado interesse na dinâmica do milho, insumo importante para frigoríficos. A análise sugere que, embora haja oportunidades, os riscos e incertezas mantêm a SLC em um equilíbrio delicado no curto prazo.