Um levantamento mostra que os acusados de estupro de vulnerável no Brasil demoram, em média, quase quatro anos para serem presos, mesmo após condenações definitivas. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) indicam que há mais de 5,6 mil mandados de prisão em aberto para esse crime, com 49% deles envolvendo agressores já condenados sem direito a recurso. Especialistas apontam que a demora ocorre devido à dificuldade em reconhecer o relato das vítimas como prova suficiente para prisão preventiva, além da falta de integração dos mandados em bancos de dados nacionais, o que dificulta a localização dos foragidos.
O impacto dessa demora é devastador para as vítimas, muitas vezes obrigadas a conviver com o agressor mesmo após a denúncia. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram que a maioria dos crimes é cometida por familiares ou conhecidos, agravando o trauma. Autoridades reconhecem falhas na alimentação de sistemas de busca e citam a falta de investimento em tecnologia e capacitação como entraves para a efetividade das prisões.
Apesar da existência de uma lei que prevê um cadastro nacional de estupradores, sancionada em 2024, a implementação ainda não saiu do papel. Enquanto isso, casos recentes mostram que alguns condenados só foram presos após a exposição na mídia, revelando lacunas no sistema de justiça e segurança pública. O tema segue como um desafio urgente para autoridades e sociedade.