A reoneração da folha de pagamento, que entrou em vigor em 2025, representa um risco para a geração de empregos e a competitividade das empresas. A medida substitui a desoneração vigente desde 2011, que aliviava a carga tributária sobre 17 setores da economia e ajudou a amortecer os impactos das crises econômicas. Agora, a cobrança gradual de 5% a 20% sobre a folha até 2028 pode pressionar especialmente pequenas e médias empresas, levando à precarização do trabalho e reduzindo a renda que movimenta a economia.
A desoneração da folha não foi a única responsável pela geração de empregos, mas funcionou como um amortecedor em períodos de crise, evitando uma retração ainda maior. Dados do IBGE mostram que, apesar das turbulências econômicas entre 2012 e 2022, a medida ajudou a manter a estabilidade. A reoneração, no entanto, surge em um momento de alta carga tributária e sem garantias de que os recursos arrecadados serão aplicados de forma eficiente, aumentando a insegurança no setor produtivo.
Uma reforma tributária mais equilibrada, que redistribua a carga sem prejudicar empregos, seria uma alternativa mais sustentável. Diálogos entre entidades empresariais e o poder público são essenciais para buscar soluções inteligentes, capazes de promover o desenvolvimento econômico sem comprometer a dignidade dos trabalhadores. A reoneração, da forma como está sendo implementada, pode se tornar mais um obstáculo em vez de uma solução para os desafios econômicos do país.