O governo de São Paulo deu início nesta terça-feira (22.abr.2025) à remoção de famílias da Favela do Moinho, nos Campos Elíseos, região central da capital. A ação, realizada em parceria com o governo federal, visa realocar os moradores para empreendimentos habitacionais da CDHU, com 87% das famílias já inscritas no processo. O plano inclui auxílio financeiro para mudança e moradia temporária, além de oferta de unidades em diversas regiões da cidade. No entanto, a operação tem sido marcada por protestos, com moradores alegando coerção e uso excessivo de força policial.
A área, pertencente à União, está em processo de cessão para o estado, que planeja transformá-la no Parque do Moinho. Enquanto o governo paulista afirma que a ação prioriza a segurança e dignidade dos moradores — destacando riscos como incêndios e proximidade com linhas férreas —, a Secretaria de Patrimônio da União ressalta a necessidade de garantias efetivas de moradia antes da conclusão do acordo. O governo federal apoia a mudança, desde que voluntária e sem intervenção policial.
Além da questão habitacional, a operação também envolve preocupações com a criminalidade. Investigações apontam que a favela era usada como base para o tráfico de drogas, com ligações a uma facção criminosa. Autoridades defendem que a requalificação do espaço trará benefícios urbanísticos e de segurança pública, mas críticos argumentam que a pressão sobre os moradores e a falta de transparência nos processos podem agravar vulnerabilidades sociais. O debate continua, com atenção às condições de realocação e ao cumprimento dos direitos das famílias envolvidas.